Com mais vitrines virtuais à disposição, que vão dos sites de compras coletivas ao Facebook, as pequenas empresas ganharam espaço no comércio eletrônico. No primeiro semestre de 2011, elas responderam por 8% do faturamento das vendas on-line, ante 7% em 2009 e 2010, de acordo com a consultoria E-bit. Parece pouco, mas isso significa que o faturamento desses pequenos negócios pode ter chegado a R$ 1,5 bilhão no fechamento do ano, caso o comércio eletrônico como um todo tenha faturado os R$ 18,7 bilhões previstos pela E-bit.

e-Commerce com a eComm: entre nessa você também

– Neste ano, a expectativa é que, no mínimo, essa participação das pequenas empresas se mantenha – diz Cris Rother, diretora da E-bit.

Milhares de pequenos negócios entram na rede a cada ano. A projeção da consultoria E-Consulting Corp é que o número de pequenas empresas no mercado brasileiro cresça a uma taxa de 15% ao ano em três anos.

– Os pequenos crescem com serviços e produtos personalizados, pois os produtos padronizados são dominados por grandes varejistas – diz Daniel Domeneghetti, da E-Consulting.

Os sites de compras coletivas também auxiliam as pequenas. Segundo a E-bit, eles concentram 6,5 milhões de usuários, entre os 32 milhões do e-commerce brasileiro. No Peixe Urbano, cerca de 75% dos ofertantes são de pequenas ou médias empresas. De olho nesse mercado, a Negócios Urbanos montou site de compras coletivas em que todos os compradores e 90% dos vendedores são pequenos.

Moda e produtos ligados a design em expansão

O comércio de moda e produtos ligados a design também tem atraído muitos empreendedores para a rede. Decoração, vestuário, calçados e beleza estão entre os ramos que mais cresceram neste mercado. A eComm com sua plataforma de e-commerce eCShop, tem vários cases que demonstram isso como Anabella Calçados, a loja virtual oficial da Cavalera, Santo Pecado dentre outras.

– No Brasil, a participação dos artigos de moda no comércio eletrônico é pequena, entre 2% e 4%, muito abaixo dos 20% de mercados maduros, como França e Alemanha – afirma André Beisert, sócio da olook, que almeja ter um milhão de pessoas cadastradas.

As redes sociais também entraram na estratégia de Ludmilla Mancilha como uma forma de fechar as vendas dos biscoitos e compotas decoradas de sua empresa, a Milla Mancilha. Hoje, cerca de 70% de suas vendas são fechadas pela internet, por meio do Facebook ou do site. O boca a boca virtual, diz, já levou seus produtos até para a Suíça. Neste caso, podemos citar o case Leguts.com, loja de adesivos decorativos que utiliza a plataforma de e-commerce da eComm eCShop, como sucesso de vendas pelo Facebook, graças a integração direta da plataforma com sua Fan page na rede social.

– Pelo site, atendemos clientes aqui em São Paulo e também para o Rio – afirma.

Novas tecnologias vão baratear custos, diz Fecomércio

O segmento de B2B (negócios para negócios, na sigla em inglês) tem trazido muitas pequenas empresas para o e-commerce, ainda que muitas vezes por imposição do comprador, diz o coordenador de Tecnologia da Informação da FGV, Alberto Luiz Albertin. No B2C (vendas para o consumidor), segundo ele, o que tem impulsionado os negócios é o amadurecimento dos clientes.

Para Carlos Curioni, sócio do portal de comércio de artesanatos Elo7, que reúne 70 mil artesãos, o aumento da confiança do consumidor virtual foi fundamental para a expansão. Em 2011, o portal dobrou as vendas e pretende triplicá-las em 2012.

– Mais de 10% da população brasileira já fizeram transações on-line – lembra.

A chegada de tecnologias, como computação em nuvem, deve facilitar a entrada de pequenos e baratear os custos, para Paulo Roberto Feldman, presidente do Conselho das Pequenas e Micro Empresas da Fecomércio-SP.